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Da porta de uma creche para o maior movimento pela saúde mental materna da América Latina.

Conheça a história do Maio Furta-cor


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O movimento que vocês conhecem hoje nasceu na porta de uma creche. Patrícia, Psiquiatra e mãe da Esther e do Khalil. Nicole, Psicóloga, mãe do Gael. Era um tempo pré-pandemia e tudo o que buscávamos naquela pequena casa, que nos lembrava casa de vó, era rede de apoio  e de cuidado com Esther e Gael, que na época tinham apenas 2 e 1 ano, respectivamente.


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Nas trocas corridas na porta da creche fim de tarde, após um dia inteiro de consultório atendendo mães, trocávamos desabafos sobre a nossa desesperança e impotência: não conseguiríamos mudar efetivamente o sofrimento das mães em nossos consultórios particulares, individualmente. Tinhamos consciência de que a saúde mental materna precisava romper as fronteiras do consultório e ganhar as ruas, as redes e as políticas públicas. Mas como???


Ali, unimos nossas urgências e as de milhares de mulheres, e decidimos transformar inquietação em movimento. Pequeno, modesto, sem grandes pretensões.

O que não imaginávamos era que um movimento que nasceu 100% online no auge do lockdown do covid-19, romperia tantas fronteiras, conectaria tantas pessoas e impactaria tantas vidas.


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Lançamento Maio Furta-cor 01 de Maio de 2021


O que não sabíamos era que aquele encontro na porta da creche mudaria o rumo da saúde mental materna brasileira e tomaria a proporção que o movimento tomou hoje, quase 6 anos depois. Não imaginávamos que  aquela inquietação nos levaria a aprovação de 250 leis no Brasil. Tampouco imaginamos que veríamos mães ocupando câmaras municipais e assembleias legislativas, microfone na mão — às vezes com o bebê no colo — transformando experiência em lei.…


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Votação da primeira Lei Estadual Maio Furta-cor (ALEPA- PR)


...e reivindicando mudanças: da criação e implementação de políticas públicas que cuidem de sua saúde mental ao fortalecimento da atenção básica, das licenças parentais e das redes de proteção contra a violência. Cada fala virou pressão legítima por cuidado, cada presença, um lembrete: mãe também é sujeito de direito.


Não imaginávamos que veríamos a saúde mental das mães pautando os principais veículos de comunicação do país, ocupando manchetes, editoriais, podcasts e telejornais. Cada conquista nos lembrou que o impossível é, muitas vezes, apenas aquilo que ainda não tentamos.


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Ao longo desses quase 6 anos reforçamos que cuidado sem política pública vira exceção. Por isso batemos na mesma tecla: atenção básica com rastreamento e seguimento no puerpério, licença parental compartilhada e creche, orçamento carimbado para saúde mental materna, rotina de detecção e enfrentamento da violência. Não é luxo: é infraestrutura de país.


Seguimos porque essa história não é só nossa.  É de cada mãe que nos escreveu no meio da madrugada, de cada profissional que decidiu mudar seu protocolo, de cada vereadora que topou levar um PL adiante. De cada mãe que conseguiu através de nós acessar informações  e alcançar o tratamento adequado. De cada mulher que deixou a sombra da invisibilidade, do estigma e da dor e encontrou luz através do Maio.
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Mantemos o símbolo do laço, da pérola e da concha como lembrete do que nos trouxe até aqui: cuidado, consciência e coletividade.


Nossos filhos, Gael, Pilar, Esther e Khalil, cresceram sendo parte dessa construção. E nós crescemos com eles, aprendendo a manter a porta da creche sempre aberta para nunca esquecermos da nossa origem e compromisso.



 
 
 

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